Indignados com a ação violenta da polícia, que é acusada de praticar detenções arbitrárias, o movimento juvenil #YoSoy132 realizou ontem (3) a Marcha pelos detidos sob o lema "Protestar não é um delito. Se tocam a um, nos tocam a todos", no Zócalo Capitalino. Notícias dão conta de que aproximadamente duas mil pessoas participaram dessa marcha.
No domingo (2), a Assembleia #YoSoy132 da Faculdade de Ciências Políticas e Sociais (FCPeS) da Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM, divulgou uma nota de repúdio à repressão policial de sábado, praticada pelas forças de segurança e pelo governo do Distrito Federal. O movimento afirma que houve um uso excessivo da força nas imediações do Congresso e do Centro Histórico da Cidade do México "frente às formas de manifestação pacíficas realizadas por alunos da FCPeS, onde claramente foram violados seus direitos à liberdade de manifestação”.
A Assembleia #YoSoy132 também mostrou preocupação com a detenção de cinco estudantes e exigiu que as autoridades esclareçam o motivo destas prisões, assim como transparência no processo ao qual serão submetidos. Para o movimento estudantil, não há provas que incriminem estes estudantes de atos ilícitos, e os únicos atos exercidos por eles foram de "livre expressão e exercício do direito à manifestação”.
Organizações civis mexicanas também se declararam sobre o caso anunciando estarem ‘alertas’ pelas violações aos direitos humanos ocorridas contra os manifestantes, no sábado. "Pudemos constatar múltiplos abusos nas detenções das e dos manifestantes com a finalidade aparente de reprimir não apenas a comissão de delitos, como o legítimo direito ao protesto social que possuímos todas e todos os cidadãos deste país”, expressaram.
Para as organizações, assim como para o movimento #YoSoy132, existem indícios de que houve provocadores de grupos anarquistas que se infiltraram na manifestação para causar tumulto.